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quarta-feira, 29 de abril de 2009

LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS "LIBRAS"


O QUE É LIBRAS?


Língua Brasileira de Sinais

A Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos – FENEIS
Define a Língua Brasileira de Sinais – Libras como a língua materna2 dos
surdos brasileiros e, como tal, poderá ser aprendida por qualquer pessoa
interessada pela comunicação com esta comunidade. Como língua, está
composta de todos os componentes pertinentes às línguas orais, como
gramática, semântica, pragmática, sintaxe e outros elementos preenchendo,
assim, os requisitos científicos para ser considerado instrumento lingüístico de
poder e força. Possui todos elementos classificatórios identificáveis numa língua
e demanda prática para seu aprendizado, como qualquer outra língua. (...) É
uma língua viva e autônoma, reconhecida pela lingüística.

Segundo Sánchez (1990:17) a comunicação humana “é essencialmente diferente
e superior a toda outra forma de comunicação conhecida. Todos os seres
humanos nascem com os mecanismos da linguagem específicos da espécie, e
todos os desenvolvem normalmente, independentes de qualquer fator racial,
social ou cultural”. Uma demonstração desta afirmação se evidencia nas línguas
oral-auditiva (usadas pelos ouvintes) e nas línguas viso-espacial (usadas pelos
surdos). As duas modalidades de línguas são sistemas abstratos com regras
gramaticais. Entretanto, da mesma forma que as línguas orais-auditivas não são
iguais, variando de lugar para lugar, de comunidade para comunidade a língua
de sinais também varia. Dito de outra forma: existe a língua de sinais americana,
inglesa, francesa e varias outras línguas de sinais em vários países, bem como a
brasileira.

A estrutura da Língua Brasileira de Sinais é constituída de parâmetros
primários e secundários que se combinam de forma seqüencial ou
simultânea. Segundo Brito (1995, p. 36 – 41) os parâmetros primários são:

a) Configurações das mãos, em que as mãos tomam as diversas formas na
realização de sinais. De acordo com a autora, são 46 configurações de mãos
na Língua Brasileira de Sinais;

b) Ponto de articulação, que é o “espaço em frente ao corpo ou uma região do
próprio corpo, onde os sinais são articulados. Esses sinais articulados no
espaço são de dois tipos, os que articulam no espaço neutro diante do corpo
e os que se aproximam de uma determinada região do corpo, como a cabeça,
a cintura e os ombros”; (BRITO, 1995).

c) Movimento, que é um “parâmetro complexo que pode envolver uma vasta
rede de formas e direções, desde os movimentos internos da mão, os
movimentos do pulso, os movimentos direcionais no espaço até conjuntos
de movimentos no mesmo sinal. O movimento que as mãos descrevem no
espaço ou sobre o corpo pode ser em linhas retas, curvas, sinuosas ou
circulares em várias direções e posições”. (BRITO, 1995)

Quanto aos parâmetros secundários tem-se:

a) Disposição das mãos, em que as “articulações dos sinais podem ser feitas
apenas pela mão dominante ou pelas duas mãos. Neste último caso, as duas
mãos podem se movimentar para formar o sinal, ou então, apenas a mão
dominante se movimenta e a outra funciona como um ponto de articulação”;
(BRITO, 1995)

b) Orientação da palma das mãos, “é a direção da palma da mão durante o
sinal: voltada para cima, para baixo, para o corpo, para frente, para a
esquerda ou para a direita. Pode haver mudança na orientação durante a
execução do movimento”; (BRITO, 1995)

c) Região de contato, “refere-se à parte da mão que entra em contato com o
corpo. Esse contato pode-se dar de maneiras diferentes: através de um
toque, de um risco, de um deslizamento etc.” (BRITO, 1995)

d) Expressões faciais “muitos sinais, além dos parâmetros mencionados
acima, têm como elemento diferenciador também a expressão facial e/ou
corporal, traduzindo sentimentos e dando mais sentido ao enunciado e em
muitos casos determina o significado do sinal” (SILVA, p. 55, 2002). Ou seja,
podem expressar as diferenças entre sentenças afirmativas, interrogativas,
exclamativas e negativas.



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